26.9.06

Hidrelétricas do Rio Madeira podem ter licença ambiental prévia até novembro

Hidrelétricas do Rio Madeira podem ter licença ambiental prévia até novembro

Até novembro deste ano, deve ser liberada a licença ambiental prévia para a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira (RO).

A informação foi dada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimermann, em entrevista à Rádio da Amazônia. A licença prévia é uma exigência da lei para que um projeto de construção de usina hidrelétrica possa ir a leilão.

Antes de novembro, o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) aprovado pelo Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em 11 de setembro, será discutido em audiências públicas com os moradores da região.

Em entrevista à Agência Brasil, o representante do MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens na região do Madeira, Wesley Ferreira Lopes, disse que depois da aprovação do EIA-Rima o MAB irá contestar o relatório nas audiências públicas.

Lopes alega que as usinas vão afetar cerca de 7 mil famílias que vivem na região. Estudo apresentado pelo consórcio das empresas Furnas e Odebrecht, que está propondo a construção dos empreendimentos, mostra que as famílias afetadas serão cerca de 3 mil, mas, apesar disso, as usinas trarão benefícios para a região, como a geração de empregos.

O secretário do ministério de Minas e Energia, Márcio Zimermann, afirma que os estudos realizados até agora permitiram reduzir a área a ser inundada com a construção das usinas.

“O primeiro projeto era de apenas uma usina e inundava 1.100 quilômetros quadrados de área. Para minimizar o impacto, diminuímos essa área e, quando fizemos em vez de uma só, duas usinas, Jirau e Santo Antônio, reduzimos essa área de forma que cada uma ficou em cerca de 200 quilîometros quadrados”. Juntas, as usinas de Jirau e Santo Antônio devem gerar cerca 6.400 Megawatts de potência, aproximadamente metade da capacidade atual da usina hidrelétrica de Itaipu. (Yara Aquino/ Agência Brasil)